Infância e juventude
Augusto Frederico Schmidt nasceu no dia 18 de abril de 1906, na Rua Marques de Abrantes, Flamengo, Rio de Janeiro, filho de Gustavo e Anita Schmidt. Em 1914, aos oito anos, mudou-se com a família para Lausanne, na Suíça, onde permaneceu até a morte do pai, em 1916, quando retornaram ao Brasil.
De volta ao país, Augusto continuou seus estudos no Instituto O’Grand Berry, em Juiz de Fora. Em 1922, voltou ao Rio de Janeiro, mas não conseguiu aprovação nos exames para o Colégio Pedro II. Durante essa época, publicou seus primeiros versos de amor em um pequeno jornal de bairro, o “O Beira-Mar”, em Copacabana.
Primeiros passos na vida adulta
Em 1924, Schmidt ficou desempregado e começou a frequentar os cafés do centro da cidade, onde se tornou amigo de figuras influentes e jovens talentos da época. Esse período foi marcado por uma leitura intensa e ávida. Por meio dessas novas amizades, conseguiu um emprego como caixeiro-viajante em São Paulo, onde conheceu membros da nova geração de artistas e intelectuais da Semana de Arte Moderna, incluindo Mário e Oswald de Andrade. Schmidt e Plínio Salgado, apesar de suas diferenças ideológicas, tornaram-se grandes amigos.
Carreira literária e editorial
Em 1928, Schmidt retornou ao Rio de Janeiro como gerente de uma serralheria em Nova Iguaçu e lançou seu primeiro livro de poesias, “Canto do Brasileiro Augusto Frederico Schmidt”, marcando o início de sua carreira literária.
Em 1930, fundou a Schmidt Editora, financiada por amigos, que lançou grandes nomes da literatura brasileira, como Vinícius de Moraes, Graciliano Ramos, Gilberto Freyre, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, entre outros. A editora, apesar de sua relevância, teve uma vida curta de pouco mais de três anos.
Empreendimentos e vida pessoal
Em 1934, Schmidt e Luiz Aranha fundaram a Metrópole Seguros, a primeira de muitas empreitadas bem-sucedidas em diversas áreas, desde pneumáticos até aviação civil, passando pelo processamento de materiais radioativos e o setor alimentício.
Em 1936, Schmidt casou-se com Yedda Ovalle Lemos no Mosteiro de São Bento, Rio de Janeiro. O casal não teve filhos. No ano seguinte, Schmidt iniciou uma prolífica carreira como cronista no jornal Correio da Manhã e, anos depois, passou a colaborar também com o jornal O Globo.
Contribuições e legado
Nos anos 50, Schmidt inaugurou o primeiro supermercado do Rio de Janeiro, o DISCO, em 1952, em Copacabana. Atuou como ghost-writer para Juscelino Kubitschek durante sua campanha presidencial e, após a eleição, ajudou a elaborar a Operação Pan-Americana, que culminou na criação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD) e, posteriormente, do Mercosul.
Augusto Frederico Schmidt faleceu em 8 de fevereiro de 1965, vítima de um ataque cardíaco, deixando um legado literário com mais de trinta livros publicados e milhares de artigos em diversos jornais e revistas. Na época de sua morte, Schmidt era membro de diversas instituições e sócio de inúmeras empresas, evidenciando sua vasta atuação tanto no mundo literário quanto no empresarial.
Principais obras
- Canto do brasileiro – 1928
- Canto do liberto – 1929
- Navio perdido – 1929
- Pássaro cego – 1930
- Canto da noite – 1934
- Estrela Ssolitária – 1940
- Mar desconhecido – 1942
- Poesias escolhidas – 1946
- Mensagem aos poetas novos – 1950
- Ladainha do mar – 1951
- Os reis – 1953
- 50 Poemas escolhidos pelo autor – 1956
- Babilônia – 1959
- Antologia poética – 1962
- A casa vai descendo o rio – 1962
- O caminho do frio – 1964
- Sonetos – 1965